pizza dois queijo, pizza doce
eu adoro ficar coçando o dia inteiro, e ao mesmo tempo detesto. tava lá, eu e a minha mãe assistindo série o dia inteiro porque era sábado, né. pode ficar que nem buda em cima da cama sem culpa alguma. só que daí eu lembro que buda parece um obeso do caralho, um homem, e tudo cai por terra no meio da minha pose relaxada e do meu apetite digno de um saco sem fundo. sério, eu não paro de sentir fome. ainda bem que sou magrela e que supostamente tenho um metabolismo rápido, porque pqp, só penso em comer. quando como, já penso no que vou comer em seguida. isso acontece quando tem nada de bom pra comer nessa casa, então vou caçando e caçando, vou comendo e comendo; nunca é bom o suficiente. a fome insaciávellll, eu já sabia de sua existência. e o pior de tudo é saber que existe, que o existente tá dentro de você e não tem jeito de exterminar.
também tive que secar a poça de água do chão, tive que levantar e deitar, levantar e deitar porque a menina nunca para quieta, tá sempre fazendo merda. não quero falar sobre isso, já chorei e não choro mais, especialmente agora às 3 da manhã. vi que é sério o que sinto quando contei à bebêzona ingrata e ela não teve nem o que dizer sobre além de "sinto muito que você esteja passando por isso", "eu não sei nem o que dizer, espero que você fique bem", "saiba que estou aqui pra o que você precisar", mas nah, ninguém tá, não. alguém fala umas merdas depressivas e você pensa que é só o que rola quando continua a sobreviver. ou será que não? ou será que as pessoas realmente se importam e sentem empatia real pelo outro? ah, eu não sei mais... difícil acreditar. queria não ser tão dramática, só que vendo a minha situação e consequentemente quase sempre projetando a reação dos outros nisso, é saber da crueldade e da covardia, é não ficar surpresa.
eu não fico surpresa, no máximo um pouco chocada porque ainda resta aqueles pontos de esperança que logo se cessam, e então eu fico extremamente triste, muito, demais. "quero morrer, Deus. me tire desse núcleo, me faça virar uma chama que se teletransporta.", alguma coisa assim... tem uns segredos do meu coraçãozinho sensível que sei o quanto dói e o quanto eu posso chorar. evito, deixo pra próxima, deixo pra uma consulta, deixo pra não chorar na frente da mamãe ou do papai, sou uma boa criança, não vou magoar ninguém por causa dessa péssima decisão que vocês tomaram de transar sem preservativos.
teve algum momento em que eu fiz o que quis e me senti bem, e que ninguém soube, ninguém pôde, que ninguém jamais pudesse estragar? existiu? não tem nada a ver com as pessoas, mas elas sempre estão lá: nos objetos, no chão, no céu, nos espelhos, no mar, na areia, nas chaves, nas flores, nos vasos, nas janelas. vocês sempre estão lá e isso é insuportável, horroroso. o vento esvoaçante que vem ao meu cabelo já não é vento que leva, não, é o vento que parte, que deixa tudo uma bagunça pra então as minhas duas mãos tentarem arrumar e tirar os fios que por acaso foram no lugar errado. ajeitar. sou egoísta? penso demais na fisiologia? penso demais nos meus pensamentos ou nos seus? quando você não olha nem pro meu rosto, quando você nem tenta gravar a minha voz, sei que lembrarei da sua, o quão amargo foi.
me conta algo repetido pra que eu possa fazer uma carinha de entretida tentando saber se tu sabe que já me contou ou se você nunca se lembra de nada. me fala algo detestável, me chama de puta, e juro que finjo melhor NA PRÓXIMA. vocês me dão nos nervos. "vocês me dão nos nervos", falo, falo. adianta tentar entender as suas intimidades, afinidades, amores? adianta mastigar e mastigar, achar a comida uma merda e continuar a procurar por mais no mesmo lugar sabendo que dependendo do canto vai ser pior ainda? as minhas perguntas tão retóricas precisam de respostas ou precisam de um ponto final ao invés da interrogação?
disse que faria sushi, eu estou pagando com a vida (LITERAL, TODOS OS DIAS) pra ver isso acontecer hoje. eu quero comer sushi e eu quero me detestar pra enfim chorar (done ✓). amém.
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