joguem fora o surrealismo

Fico enrolando pra renovar a minha escrita. Tipo, não acho que vá haver uma grande diferença, talvez tenha mais na forma e no que eu vou começar a contar nos meus textos, porque eu meio que só escrevo sobre os meus sentimentos, tento transformá-los em palavras, mas não vêm do nada, tem um por quê. Então preciso contar junto de como me sinto, e assim, quando passar um tempo, vou reler e entender melhor o que a Giovaninha do passado quis dizer com as suas asneiras rotineiras.

É importante pra mim ter registros para não esquecer de quem eu fui, de quem eu ainda sou (ou de como estou, já que tudo está em constante transformação). Além de que, quando escrevo e coloco os meus esforços nisso, não me sinto uma total inútil, tenho um “hobby”, não estou desperdiçando a minha adolescência apenas com futilidades e tédio. Vai me ajudar ainda por cima com redações, eloquência, vocabulário e blá-blá...


Meus hobbies: comer, escrever e ter sonhos — que parecem mais pesadelos — semiconscientes.

Os meus pesadelos não me dão medo mesmo com os elementos de horror presentes nas cenas. Daí no máximo me deixam confusa ou desconfortável.

Em uma madrugada passada, sonhei com uma mansão cujo dono era um cientista maluco que não imaginava que teria um monstro humanoide pelos corredores, com uma menina nas masmorras, com uma seita onde o líder parecia um Mr. Beast do inferno, com um teatro vazio, com uma biblioteca branca pique hospital — e bagunçada. 

Fuçei nas prateleiras dessa biblioteca, encontrei um caderno cor tiffany, amassado, com o nome de uma pessoa que não sai da minha cabeça faz uns dias, não sei o motivo exatamente, mas tava lá: o nome dela em dourado. Algumas páginas tinham rabiscos estranhos, o resto estava em branco.

Antes dessas coisas, estava eu numa espécie de resort dos céus, e rapidamente fui andando para beira sentindo uma dor imensa porque tinha descoberto algo horrível que não faço ideia do que seja. Começo a gritar. E gritar em sonhos é como tentar gritar debaixo da água: você não escuta nada além da força de seus pulmões pra fora, das bolhas fazendo fileirinha enquanto ao mesmo tempo se dispersam.


Sonho todos os dias. Eu deveria escrever quando acordo, mas dá uma preguiça do caralho que logo deixo pra lá, pois já tentei, e nessas minhas tentativas, alguma hora vou acabar esquecendo de escrever sobre, então some essa ideia até eu começar a sonhar tanto, mais tanto, que surge isso de novo, só que não vale a pena prosseguir sabendo como acaba.

Meus sonhos são confusos e longos mesmo passando como lapsos na minha memória depois. Faz sentido sonhar só isso em horas. Ou não...


Enfim, eu fico com essas ideias de jerico de querer beijar um menino da minha sala que diz ser meu amigo e que não tem escrúpulos algum. Vou ver ainda, vou ver ainda...

Preciso desinstalar o Instagram, bem lembrado. Aquela jossa me distrai e me afasta do que gosto e do que me deixa satisfeita. Reels é satânico, me deixa mal e me deixa viciada, vai entender! É só que se eu não tiver tédio, não vou para lá. Preciso usar para outros fins, tipo postar mais na minha conta, parei totalmente. Já não gosto mais daquelas fotos, daqueles textos, da maioria das músicas que escolhi. Pelo menos não gosto mais de vê-los naquele plano, na minha página. Faz tempo que não gosto de ver as minhas coisas paradas no tempo, elas precisam se transformar junto a mim. Mas não sou tão objeto, nem tão robô assim.


Oquei, vou tomar os meus remedinhos e tudo vai ficar péssimo. Vou criar um ódio contra médicos e médicas, vou vomitar no sofá da psicóloga, vou cuspir os comprimidos, vou rabiscar símbolos. Vai ficar ótimo. A minha escrita vai progredir, a minha adolescência a partir de janeiro vai ser maravilhosa e tudo que me machucou, que me abandonou, que me mudou ou que mudou, estará no passado, e então seguirei em frente como uma pessoa evoluída. Poderei mentir, poderei ser a pior pessoa, e tudo bem!


pois, do outro lado da parede, me espera um descarregue do que não se pode terminar. pois, eu lhe peço: “um segundo, por favor”, e as cortinas se fecham.


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