Belicosidade Pura

eu não sei se estou tendo um bloqueio ou uma crise criativa, porque está foda de escrever. escrevi nessa última semana muitas linhas até, mas queria escrever todos os dias algo que eu me orgulhasse de ler. e aí vejo os meus textos deprimentes (e honestos, sim) e não gosto, fico quase me contorcendo, dá um amargo na boca, uma risadinha nervosa sai. eu sei que não está tão ruim, porém já não quero escrever mais daquele jeito. eu preciso me reinventar, preciso escrever sem parar, num fluxo visceral, que nem eu fazia antes. escrever sobre o que vier à mente com a libertinagem certa. chega de tantas depressões assim... EU ESCREVIA COM TESÃO, TÁ?! devo estar ovulando ou sei lá, tá um porre. tô querendo beijar as pessoas erradas só pra ver se consigo, e depois me livrar, me convencer de que estou sendo a punição de alguma delas — péssimos pensamentos. vou ver ainda se é plausível sustentar essa ideia de tentar seduzir e de escrever sobre os meus amores estragados.

não tem nada me esperando do outro lado. não tem luz que revele a feiura dessa vez. portanto, o que me diz, colega? o que hei de fazer entre os que dormem? pois acho que é incomum abrir a janela em plena madrugada, enfiar a cara na rede e inalar aquele cheiro de queimado, de carne humana. pensei nisso, mas não tenho certeza. se fosse comprovado que é cheiro de humano cozido saindo de algum desses buracos, esse recente momento ficaria bem mais bizarro. já que não tenho todas as provas e nem todas as importâncias, vou apenas garantir que eu não vire picadinhos de algum canibal piromaníaco. vou contar: um sujeito veio nesse complexo de prédios e foi a diversos blocos só pra roubar a mangueira da caixa-abrigo (que fica do lado do extintor). daí inventei que um dia viria e atearia fogo pra aumentar o grau de seus crimes. pelo que eu saiba, o sujeito nunca veio. não sei nem se foi preso, nunca mais comentaram nada sobre isso pra mim. sabe por quê? porque eles não têm todas as importâncias; e...

é exatamente sobre isso, só sobre isso

foi adicionada a trilogia das cores na mubi (um streaming caro pra cacete, aliás), onde cada história é um infortúnio melancólico diferente, e que acabam coincidindo sem querer querendo com todos os personagens dos três filmes. é uma breve conexão, mas fica legal se você perceber. não assisti “a fraternidade é vermelha”, talvez eu assista amanhã pra facilitar o choro que virá quando eu me decepcionar fortemente com a minha atual situação. eu passo um tédio gigante todos os dias. um tédio que não pode nem mais ser chamado assim, porque já não tem nada a ver mais. porque você está proibido de falar “te amo” toda santa vez que for virar um corredor. porque eu acho traição a coisa mais horrorosa. a julie foi traída e só descobriu quando viu aquele seu maridinho morto e feio na tv com a amante bonitona, advogada. eu chorei por ela naquelas cenas, me coloquei no lugar dela e... baita dor!! julie ainda por cima foi tão legal com a mulherzinha vagabunda — que estava pra conceber um bebê cujo...

 

porque eu faço coisas normais de uma garota de 15 anos e me sinto ridícula fazendo, me sinto como se fosse mais um papel a interpretar, e então eu tento ser eu e parece que faço de forma errada, e então deixo os outros pisarem em mim porque não sei como reagir sem ser odiada. ser odiada seria um pé no saco, seria uma encheção de saco e vai que eu precise da pessoa pra alguma coisa. tipo, pode ser que eu ferre com a coisa ou ela ferre com a coisa, não importa. eu sempre estrago, acabo com as coisas erradas, sempre insisto onde não botariam nem a mão no fogo por mim, me desfaço e me refaço. quando vejo, nem desfiz. me visto com roupas que não me veem, com trabalhadores e suores de desodorantes mequetrefes pra cobrir o cheiro dum suvaco recém raspado que foi encaixado numa estética, numa frase, num ódio. eu vivo num ódio permanente e vou distinguindo isso da gentileza dos outros. eu fico na defensiva enquanto o meu corpo e as minhas palavras estão sendo expostos, estão sendo vulneráveis. ...

eu estava indo dormir pensando em assistir aquela novela que tem uma tal de carminha, que é, muito provavelmente, uma das maiores vilãs junto de nazaré, e então lembrei da minha vontade de encher o meu blog, lembrei de expôr os meus filhinhos.  a da vez é um texto (vulgo: filho) sem pé nem cabeça que escrevi no computador da escola pra matar tempo, de novo... dê uma olhada e pense coisas como se você tivesse um coração. Café irlandês nunca me aconteceu, porque primeiro: não gosto de café. Segundo: sou menor de idade. E uísque não deve ser uma das melhores coisas pra beber. Não sou nenhuma profissional de bebidas, e não quero dizer que nada está bom também, que nada posso fazer; quero dizer, se não está bom, se não é bom, então fazer o quê, né? Só consigo pensar que vou ter que esperar o amanhã chegar pra saber a resposta — e isso se eu conseguir uma. Vou ter que mentalizar a cada dia que passa como o meu aniversário está cada vez mais perto. Hoje, a caminho da sala de aula, pensei...