ataque cardíaco
por que a gente só não se mata logo?
talvez, lá no fundo, o nosso instinto seja o que temos de mais precioso no fim das contas. o que ninguém pode tirar, mesmo que seja nojento, mesmo que seja o certo, mesmo que seja o escondido. sabe, tá todo mundo inventando um montão de merda sobre um montão de coisa pra fingir que entende algum caralho das emoções, das sequelas, dos estudos, dos móveis e tijolos. mas que porra... quem é que tão tentando enganar? burrice até perguntar isso, porque estão enganando o mundo, e eu, e eles, e você, e fulana, e ciclano acham que estamos enganando a nós mesmos, e, ah... é a prova de que "será tudo igual, exatamente igual".
vou dizer pra que eu sirvo, ou como é que eu tenho que seguir antes de ir pro beleléu: nasço, descarto, morro, me descartam, me chamam, levanto, desmancho, engravido, luz, incondicional, e... bom, eu sou uma carne e preciso ser dourada para daí ser devorada, para o "devorar" ser semente. uma semente de carvalho. pequenininha, que vai crescendo e crescendo, será maior do que eu, a minha melhor criação — a nossa melhor criação. mas isso não importa, a árvore não se importa, por isso ela vai se arrancar, ou talvez ser arrancada do chão — ainda com as suas raízes — plantar os frutos que a vida dá, que a vida devorará.
é muito triste tentar se desvencilhar disso tudo e perceber que terá o mesmo fim, que eu serei como os meus pais e não há nada que eu possa fazer. quer dizer, eu poderia me matar, só que dá na mesma e é mais chato também, mais "trágico" kkkkkkkkk
trágico é essa caralha de vida animal que segue faltando animália, mas, que nessa falta, nessa pretensa superioridade, há em conjunto a ausência do sublime em tanta sensibilidade, vulnerabilidade e consciência. poderíamos nós ser grandes e esbeltas árvores de carvalho? não, não existe salvação contra a brutalidade da existência, contra a servidão, contra a perpetuação biológica.
então, como não pensar em suicídio, não é mesmo? é muito vulgar!!!
de qualquer forma, agradeço à Deus por mais um dia, e que venha o próximo!
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