chocolate meio amargo
eu esperava sonhar com algo doce.
o que recebi foi abrir os olhos às 5 da manhã e perceber que o sonho se baseava num jogo, numa escola, com conhecidos que eu não vejo há anos.isso faz algum sentido? faz.
primeiro começou com um jogo, gincana, ou sei lá o que era pra ser aquela jossa. depois, se distorceu e virou uma espécie de julgamento. eu julgando a ação dela como se realmente tivesse acontecido e o meu subconsciente quer deixar claro diante daquela situação de que "NÃO CONCORDO!". eu não dou a mínima. rebobina os seus passos, me mostra a porta da sala, a menina que estudou comigo, e que, por sinal, eu tinha um ranço — e isso é errado. então vem me assombrar, vem realçar essa falta de motivos, porque ela é uma pessoa decente e eu a coloquei num cenário injusto. talvez seja inveja, quem sabe?
obrigaram os alunos a limparem a escola, a só receber presença se fizessem isso. limpar e escrever seu nome no quadro. "giovana, quer vir comigo?", ela me convidou e eu aceitei. por quê? seguimos pro banheiro com absolutamente nada pra limpar, mas, magicamente, aparece sabão e papéis finos mágicos que enxugam o molhado sem que aconteça a dissolução e, consequentemente, o esfarelar deles ao enxugar. eu olhava ela limpando, olhava ao redor, eu sabia que tinha que limpar também, mas não havia sobrado nada, e isso era injusto com ela. de novo.
apareceu uma mulher, trabalhava na escola. alta, cabelos longos lisos, tinha uma franja, usava óculos, roupas formais como saia, saltos, blazer. ela estava ali para nos apressar, só que não de uma forma clara. veio e começou a limpar, dizendo coisas, puxando um papinho que nem me lembro só pra não parecer tão rude ou tão "???", entende? eu disse a ela que não tinha muito o que limpar, por isso não tinha limpado nada. "eu ainda posso anotar meu nome no quadro?", "claro que não, querida. você não limpou nada".
ok, não sei o que rolou depois. acho que acordei. de qualquer forma, aquela fala não teria me impedido. eu teria fingido obedecer, teria esperado caso ela estivesse perto do quadro para que quando se afastasse, eu apenas ter que me aproximar, pegar a caneta, anotar o meu nome e ir embora.
meus sonhos são reflexos do que espero. consequências. então eu teria feito isso, provavelmente, mas não teria conseguido ir embora. não mesmo. alguém teria visto, enxergado nos meus olhos por frações de segundos que eu não deveria estar escrevendo meu nomezinho no quadro e então eu receberia um sermão. não, também não... nem perguntaram o meu nome, não sabiam nada sobre mim e ainda sim queriam mandar. por isso que eu não te obedeceria, jovem bonitinha de óculos. por isso que a garota me irritava, porque ela achava que ser meiga e querida era sinônimo de "sim, eu vou com você, manu. obrigada", mas não é. você não manda por ficar de conversinha afiada, por vestir roupas modestas, por rir das minhas piadas.
ah, manda sim. como que eu iria recusar seu convite simpático e inclusivo, tendo em vista que nenhuma daquelas pessoas da sala não devem ter nem ao menos COGITADO a ideia de me chamarem para ser sua duplinha na execução da limpeza superficial e mal feita?
recusar o convite seria só mais uma das injustiças. e ela nem sabia, e nem vai saber. ela não dá a mínima.
por quê?
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