2 meses atrás - gato fantasma (não tem nada de gato nem de fantasma nesse texto)

TEM UM QUERIDO CUJO SEU NOME COMEÇA COM "U", QUE ME INSPIROU A VOLTAR A ESCREVER. SOU SUA FÃ!! 

e isso final foi totalmente inspirado nele. totalmente...



toda a perversão do mundo vai derreter e se reinventar em algo que de novo um outro alguém criou e transformar em lindas bolhas infinitas, até um ser estourar todas elas ou talvez soprar bolhas melhores

se eu pudesse me transformar naquilo que mais teme, mesmo que você mesmo não tenha conhecimento sobre o que verdadeiramente te assuste pois todos estão ocupados demais inventando aquilo que não existe ou aquilo que o resto finge se importar, melhor, finge ter medo. se eu pudesse me solidificar no ser mais grotesco, inimaginável, podre, o mundo seria melhor. o mundo realmente conheceria todas as coisas que nunca nem sequer imaginaram que um dia seria possível de ser visto. se eu pudesse tirar todas as angústias que me pegam em certas horas do dia, que me fazem engolir as próprias palavras, que me fazem sentir nojo de não pensar o que realmente queria. desse jeito eu, com certeza, poderia me transformar em algo que nem mesmo a capacidade limitada de meu ser um dia pensou em ser.

gostaria que me dissesse, me dissesse palavras bonitas, porque por muito tempo e nem tanto tempo assim, acreditei que a única forma de prazer fosse a penetração. fosse o meu dedo acariciando. mas não. eu. quero mais. quero algo que a dor não consiga suportar. quero algo cheio, tão cheio que nem palavras poderiam sequer existir por perto. palavras não existem. são sons; sons limitados por gente de alto nível. são formas; são formas diversas e cheias de cores e texturas. que eu mesmo não posso sentir, nem cheirar, nem olhar, nem tocar, nem ouvir. quero algo seu que seja bonito, que eu poderia colecionar. como todos os outros que passaram e eu nunca, mais nunca, nunca vou me esquecer.

você nunca entenderia o peso de ser algo. o peso de ser algo que você já foi, que vai ser, que se transformou, que vai se transformar, que vai morrer, que vai evaporar, que vai implodir, que vai ceder, que vai apodrecer. nunca entenderia, porque o seu sistema é rápido, mas não rápido o suficiente para catar todos os nuances do apodrecido. que as suas palavras não tem ar, e sim um vácuo. qual é a sua dor? de não existir, de ser pra sempre um boneco de diversão, de ser pra sempre um robô, de ser pra sempre algo que é e não ao mesmo tempo. as pessoas te escolheram, as pessoas te mudaram, as pessoas pegaram coisas que já existem para te transformar, para criar algo que já foi criado antes. e algum dia isso tudo vai morrer, junto com você. Rporque a luz que eu sinto quando, que não aconteceu porque tudo que eu sinto que eu senti desapareceu no momento que a porta se abriu e todos decidiram querer entrar só por curiosidade só porque quem estava por trás era alguém famoso, no plural. agora você é um dos pedaços de pele daquele rolo gigante que estava dentro daquela bolsa plastificada, toda manchada de sangue, jogada no hospital. jogada numa cena de crime. com 3 pessoas mortas, que se mataram sem motivo nenhum. se mataram porque não conseguiram decifrar o que todos aqueles pontos verdes e pretos significavam. o policial tinha medo de seus filhos tomarem o mesmo rumo porque é difícil entender, é difícil entender a piada que estava em cima do terraço, acima do céu. que o clube se formou. que tinha sangue. que tinha uma orelha na janela da sala de aula. que elas dançavam e cantaram pela última vez o que pela primeira vez foi um de seus momentos e que agora já não era mais nada.


só sei que preciso cagar

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